segunda-feira, março 1

A vida numa cela


Jean Paul Sartre já a mencionou muitas vezes. Tema de estudo de grandes filósofos, de mestres como Freud, a angústia é um sentimento que atravessa esse mundo tão antigo com a mesma força de um furacão. Ando me questionando : O que nos faz sentir angustiados e ansiosos? Será a falta de um olhar mais detalhado para nosso próprio interior? Ou as exigências do mundo? Será o medo de perder, de morrer, de ser abandonado, de não conseguir o que tanto se quer? Será a angústia o medo terrível do desamparo? E o vazio que ronda nossa casa ,o mundo ,as pessoas e nossos pensamentos quando estamos plenos desses sentimentos aterrorizadores? Ela certamente dá muito pano pra manga na hora de questionar seus porquês e mais que isso, uma saída de seu domínio. Os angustiados e ansiosos simplesmente não conseguem com muita facilidade arrancar do peito o medo. Não conseguem desacelerar a marcha e perceber o caminho com um senso mais tranquilo e apurado. Eles atropelam tudo. Nada conseguem fazer por inteiro, até o fim; pois lá estarão a angústia e a ansiedade sussurrando demoniacamente em seus ouvidos palavras sem nexo nenhum , e a primeira vontade, a mais forte, depois de ouvir tais palavras , é de interromper o trabalho e correr pra um mundo recluso, impenetrável, quase irreal, numa tentativa frustrante de dominar o medo. Mas não se domina. E esses sentimentos querem justamente isso, que fiquemos lá, reclusos e fechados, sob seus domínios...Enfrentar esse mundo que, de toda forma, é assustador mesmo, seria desafiar a ansiedade. Desafiá-la não é fácil, é, no mínimo, sacrificante.

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